terça-feira, 27 de maio de 2008

Mia Couto

Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007
Prémio Vergílio Ferreira 1999

Mia Couto nasceu na Beira, Moçambique, em 1955.
Foi director da Agência de Informação de Moçambique, da revista Tempo e do jornal Notícias de Maputo.
Tornou-se nestes últimos anos um dos ficcionistas mais conhecidos das literaturas de língua portuguesa. O seu trabalho sobre a língua permite-lhe obter uma grande expressividade, por meio da qual comunica aos leitores todo o drama da vida em Moçambique após a independência.
As obras de Mia Couto encontram-se traduzidas nos seguintes países: Alemanha, Bélgica, Brasil, Bulgária, Chile, Croácia, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Israel, Itália, Holanda, Polónia, Noruega, Reino Unido, República Checa, Suécia.

Obras publicadas na Caminho:

- Raiz de Orvalho e Outros Poemas, 1999

Mia Couto habituou o leitor à sua escrita aglutinada, justaposta, criadora e inovadora, musical, intensa, profundamente meiga e crua, poética. Dialoga com o leitor com a maior das intimidades, numa quase perfeita sintonia. Raiz de Orvalho e Outros Poemas é uma recolha de poemas com datas diversas, com temas diversos, com um conjunto de novos poemas (todos da década de 80) e selecção de outros que faziam parte da edição moçambicana, publicada em Maputo, em 1983, com o título Raiz de Orvalho. Segundo o próprio autor, alguns não resistiram ao tempo, noutros ele próprio não se reconhece já. Mas todos estes versos fazem parte do seu percurso. E daqui ele partiu a desvendar outros terrenos. Terrenos que afortunadamente hoje podemos conhecer. Mas (e ainda segundo o próprio Mia), se sem esta escrita nunca teria experimentado outras dimensões da palavra, nós nunca poderíamos ter partilhado da beleza comovente das imagens, da música doce e profunda dos vocábulos, da palavra certa que só ele encontrou e que tantas vezes quisemos ser nós a dizer, das cores profundas e intensas das emoções. Esta é uma poesia única, de alegria, de desespero e de amor, de solidariedade e humildade, de qualidade rara, porque sentida e escrita e lida à flor da pele. Uma experiência enriquecedora para quem a partilha. Um privilégio para quem nela se fundir.

- Pensatempos. Textos de Opinião, 2005

Com estes Pensatempos se publica, pela primeira vez, em Portugal, um livro de Mia Couto que não se localiza no território da ficção literária. Esta colecção de textos reúne, sim, artigos de opinião e intervenções que o escritor Mia Couto realizou nos últimos anos, dentro e fora de Moçambique. São textos dispersos e diversos, abrangendo uma área vasta de preocupações. Em todos eles, porém, está presente não apenas o escritor mas o cidadão envolvido com os problemas do seu tempo. Nestes Pensatempos transparece a preocupação de provocar debate, sugerindo alternativas inovadoras, questionando modelos de pensamento e interrogando os lugares-comuns que aprisionam o nosso olhar perante os desafios da actualidade. O prazer já encontrado na escrita de quem se diz estar reinventando a língua portuguesa ressurge agora no gosto de pensar o nosso mundo e o nosso tempo.

- O Gato e o Escuro, 2001. Com ilustrações a cores de Danuta Wojciechowska

O Gato e o Escuro revela-nos uma faceta inédita da obra de Mia Couto, já que a escrita para crianças não tem sido o seu território (esta «incursão» surgiu do pedido de uma revista).Descobrir este novo território de Mia Couto e explorar este livro, em que a criatividade literária e linguística do texto e as ilustrações vibrantes de Danuta Wojciechowska mutuamente se iluminam, será um prazer para as crianças. E para os adultos também.

- Mar me quer, 2000. Com ilustrações a cores de João Nasi Pereira

Do universo de Mia Couto nasce este Mar me Quer, estória de Zeca e Luarmina. Das viagens pela infância, do contacto com o mar, de regressos ao passado se constrói uma narrativa singular.«Meu passado me pesa: minha infância morreu cedo, eu tive que carregar esse peso morto em minha vida. Aos seis anos tomei lugar de meu avô no barco, dois anos depois meu pai perdia o juízo e saía de casa, cego e louco. Minha mãe, antes de morrer, me entregou na igreja. O padre português Jacinto Nunes me educou em preceito de Deus e livro. Mas eu queria regressar ao mar e cedo troquei livro por rede. Sempre entregando muito, recebendo pouco. Meu avô Celestiano culpava meu pai dessa má sorte. [...]»

- A Chuva Pasmada, 2004. Com ilustrações a cores de Danuta Wojciechowska

Como ele sempre dissera:o rio e o coração, o que os une?O rio nunca está feito, como nãoestá o coração. Ambos são semprenascentes, sempre nascendo.Ou como eu hoje escrevo:milagre é o rio não findar mais. Milagre é o coração começar sempreno peito de outra vida.

- Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, 2002

Um jovem estudante universitário regressa à sua ilha-natal para participar no funeral de seu avô Mariano. Enquanto aguarda pela cerimónia ele é testemunha de estranhas visitações na forma de pessoas e de cartas que lhe chegam do outro lado do mundo. São revelações de um universo dominado por uma espiritualidade que ele vai reaprendendo. À medida que se apercebe desse universo frágil e ameaçado, ele redescobre uma outra história para a sua própria vida e para a da sua terra.A pretexto do relato das extraordinárias peripécias que rodeiam o funeral, este novo romance de Mia Couto traduz, de uma forma a um tempo irónica e profundamente poética, a situação de conflito vivida por uma elite ambiciosa e culturalmente distanciada da maioria rural.Uma vez mais, a escrita de Mia Couto leva-nos para uma zona de fronteira entre diferentes racionalidades, onde percepções diversas do mundo se confrontam, dando conta do mosaico de culturas que é o seu país e das mudanças profundas que atravessam a sociedade moçambicana actual.

- Contos do Nascer da Terra (6.ª edição, 2006)

Era uma vez uma menina que pediu ao pai que fosse apanhar a lua para ela. O pai meteu-se num barco e remou para longe. Quando chegou à dobra do horizonte pôs-se em bicos de sonhos para alcançar as alturas. Segurou o astro com as duas mãos, com mil cuidados. O planeta era leve como uma baloa.Quando ele puxou para arrancar aquele fruto do céu se escutou um rebentamundo. A lua se cintilhaçou em mil estrelinhações. O mar se encrispou, o barco se afundou, engolido num abismo. A praia se cobriu de prata, flocos de luar cobriram o areal. A menina se pôs a andar ao contrário em todas as direcções, para lá e para além, recolhendo os pedaços lunares. Olhou o horizonte e chamou:— Pai!Então, se abriu uma fenda funda, a ferida de nascença da própria terra. Dos lábios dessa cicatriz se derramava sangue. A água sangrava? O sangue se aguava? E foi assim. Essa foi uma vez.

- Cada Homem É Uma Raça (9.ª edição, 2005)

Inquirido sobre a sua raça, respondeu:— A minha raça sou eu, João Passarinheiro.Convidado a explicar-se, acrescentou:— Minha raça sou eu mesmo. A pessoa é uma humanidade individual. Cada homem é uma raça, senhor polícia.
(Extracto das declarações do vendedor de pássaros)


- O Último Voo do Flamingo, 2000

Tizangara, primeiros anos do pós-guerra. Nesta vila tudo parecia correr bem. Os capacetes azuis já haviam chegado para vigiarem o processo de paz, e o dia-a-dia da população corria numa aparente normalidade. Mas por razões que quase todos desconheciam, esses mesmos capacetes azuis começaram, de súbito, a explodir. Massimo Risi, o soldado italiano das Nações Unidas destacado para investigar estas estranhas explosões, chega a Tizangara. Colocam-lhe um tradutor à disposição, e é através do relato deste que tomamos conhecimento dos factos. Entramos num mundo de vivos e de mortos, de realidade e de fantasia, de feitiços e de sobrenatural. A verdade e a ficção passam por nós em personagens densamente construídas, de que o feiticeiro Andorinho, a prostituta Ana Deusqueira, o padre Muhando, o administrador Estêvão Jonas e a sua mulher Ermelinda, a velha-moça Temporina, o velho Sulplício, são apenas alguns exemplos... O mistério adensa-se. Os soldados da paz morreram ou foram mortos?

- Terra Sonâmbula (8.ª edição, 2004)

Primeiro romance de Mia Couto, Terra Sonâmbula tem como pano de fundo os recentes tempos de guerra em Moçambique, da qual traça um quadro de um realismo forte e brutal.
Dentro deste cenário de pesadelo movimentam-se personagens de uma profunda humanidade, por vezes com uma dimensão mágica e mítica, todos vagueando pela terra destroçada, entre o desespero mais pungente e uma esperança que se recusa a morrer.
Terra Sonâmbula é um romance admirável, sem dúvida uma das melhores obras literárias que nos últimos anos se escreveram em português.

- Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos, 2001

Mia Couto seleccionou, de entre publicação dispersa por jornais e revistas ao longo de anos bem recentes, estes trinta e oito textos que agrupou sob o título Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos. Cada novo encontro com a sua escrita significa uma viagem a que não apetece pôr termo. A intensidade das personagens, a multiplicidade de registos em que as várias tramas ocorrem, o universo do fantástico e do sobrenatural coexistindo em perfeita sintonia com o dia-a-dia da tradição, da cultura e da vivência experienciadas, a capacidade de efabulação, a oralidade que emana da palavra escrita transformando-a em puro som, são portos a que acostamos e que nunca desvendamos por completo. Façamos escala em «Fosforescências», «O último ponto cardeal», «O fazedor de luzes», «Os amores de Alminha», «Os gatos voadores»; tomemos o rumo de «As cartas», «O escrevido», «Ave e nave»; voguemos ao sabor de «A multiplicação dos filhos», «As lágrimas de Diamantina», «O amante do comandante»; deixemos que as ondas nos levem até «Rosita»; e mergulhemos profundamente nas águas, agitadas às vezes, tranquilas outras, do imaginário inesgotável do autor de Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos.

- Estórias Abensonhadas (7.ª edição, 2003)
- Estórias Abensonhadas (6.ª edição, 2001). Com ilustrações a cores de João Nasi Pereira

Depois de Terra Sonâmbula estas estórias fazem regressar o imaginário moçambicano pela mão de Mia Couto. Se o romance deste autor moçambicano nos transportou para o universo trágico da guerra, estas breves histórias são flagrantes do renascer do país, depois da assinatura do Acordo de Paz. Reúnem-se aqui contos, alguns já publicados em jornal, em que se inscreve o mesmo estilo e a mesma capacidade de sonhar já consagrados em anteriores obras (Vozes Anoitecidas, Cronicando, Cada Homem é uma Raça, Terra Sonâmbula). Os contos já publicados foram, no entanto, revistos e alterados para publicação em livro. Em todas as estórias se reconhece o trabalho profundamente pessoal de recriação da linguagem, o aproveitamento literário da fala popular moçambicana e o pleno exercício da poesia.

- A Varanda do Frangipani (8.ª edição, 2006)

A narrativa de A Varanda do Frangipani decorre na Fortaleza de S. Nicolau, algures em Moçambique. A fortaleza há muito que deixou de ser reduto de defesa e ocupação estrangeira para se transformar num asilo de velhos. A trama policial, as reflexões sobre a guerra e sobre a paz, o Universo mágico, a riqueza de personagens, aliados a uma narrativa pujante e amadurecida, fazem deste livro uma das mais belas obras de Mia Couto.

- Cronicando (8.ª edição, 2006)

Neste livro se reúnem crónicas com que o escritor moçambicano colaborou com a imprensa de Moçambique durante os dois últimos anos da década de 80. Este conjunto de textos mereceu o Prémio Anual de Jornalismo Areosa Pena, atribuído pela Organização dos Jornalistas Moçambicanos em 1989.Mais do que crónicas estes textos são pequenos contos condensados de forma a se enquadrarem no espaço dos jornais a que se destinavam. Aos textos inseridos nos jornais de Moçambique, o autor acrescentou outros inéditos. Uns e outros estão profundamente marcados pela arte de recriar a língua portuguesa que caracteriza toda a escrita deste autor africano.

- O Fio das Missangas, 2004

Uma vez mais Mia Couto regressa ao conto, género literário que parece ser o da sua maior realização. Estórias breves mas contendo, cada uma delas, as infinitas vidas que se condensam em cada ser humano. Uma vez mais, a linguagem é trabalhada como se fosse delicada filigrana, confirmando o que o autor disse de si mesmo: «conto estórias por via da poesia».São vinte e nove contos unidos como missangas em redor de um fio, que é a escrita encantada de um consagrado fabricador de ilusões.

- Vinte e Zinco, 1999

Numa pequena cidade do Moçambique colonial a violência sustenta um mundo dividido - o dos naturais, em baixo, e, sobre ele, o peso do opressor. De súbito, lá longe, na capital do Império, a terra treme, o pilar da sustentação abate-se, e na pequena cidade colonial o efeito é catastrófico. Das profundezas ergue-se o novo mundo. Do velho salvar-se-á alguém?

- Vozes Anoitecidas (8.ª edição, 2006)

O que mais dói na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma. Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho, desarmando-se do desejo de serem outros.Existe no nada essa ilusão de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes.Estas estórias desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa acontecida de verdade mas que me foi contada como se tivesse ocorrido na outra margem do mundo.Na travessa dessa fronteira de sombra escutei vozes que vazaram o sol. Outras foram asas do meu voo de escrever. A umas e a outras dedico este desejo de contar e de inventar.
Mia Couto

- O Outro Pé da Sereia, 2006

Viagens diversas cruzam-se neste romance: a de D. Gonçalo da Silveira, a de Mwadia Malunga e a de um casal de afro-americanos. O missionário português persegue o inatingível sonho de um continente convertido, a jovem Mwadia cumpre o impossível regresso à infância e os afro-americanos seguem a miragem do reencontro com um lugar encantado. Outras personagens atravessam séculos e distâncias: o escravo Nimi, à procura das areias brancas da sua roubada origem. A própria estátua de Nossa Senhora, viajando de Goa para África, transita da religião dos céus para o sagrado das águas. E toda uma aldeia chamada Vila Longe atravessa os territórios do sonho, para além das fronteiras da geografia e da vida.As diferentes viagens entrecruzam-se numa narrativa mágica, por via de uma mesma escrita densa e leve, misterios e poética de um dos mais consagrados escritores da língua portuguesa.

- Idades Cidades Divindades, 2007

Idades Cidades Divindades é uma das raras incursões deste autor na poesia, colocando ao serviço do verso todos os reversos de que a sua língua particular se veste, reveste e tresveste, sempre com uma admirável acutilância na forma de ler o mundo.

- Venenos de Deus, Remédios do Diabo, 2008

Lançamento na Livraria A das Artes, Sines, no dia 21 de Junho de 2009, Sábado, às 17 horas, com as presenças do Autor e do Editor da Caminho, Dr. Zeferino Coelho.

O jovem médico português Sidónio Rosa, perdido de amores pela mulata moçambicana Deolinda, que conheceu em Lisboa num congresso médico, deslocou-se como cooperante para Moçambique em busca da sua amada. Em Vila Cacimba, onde encontra os pais dela, espera pacientemente que ela regresse do estágio que está a frequentar algures. Mas regressará ela algum dia? Entretanto vão-se-lhe revelando, por entre a névoa que a cobre, os segredos e mistérios, as histórias não contadas de Vila Cacimba — a família dos Sozinhos, Munda e Bartolomeu, o velho marinheiro, o administrador, Suacelência e sua Esposinha, a misteriosa mensageira do vestido cinzento espalhando as flores do esquecimento.
«««CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA LER O CAPÍTULO 2»»»

domingo, 28 de outubro de 2007

António Pires

António Pires, jornalista de música, foi Chefe de Redacção do jornal Blitz. Publicou trabalhos no Se7e, Expresso, A Capital, Revista de Cinema e Mini Internacional, entre outros jornais e revistas. Realizou e colaborou em programas de rádio na Rádio Universidade Tejo. Foi actor de teatro do grupo Arte Viva, no Barreiro. Frequentou o Curso de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e completou o Curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema. Dá aulas de História da Indústria Discográfica na Restart, em Lisboa, escola onde também leccionou a cadeira de História do Espectáculo no Século XX. Neste momento é jornalista free-lancer e responsável pelo blogue Raízes e Antenas, sendo também DJ nas horas vagas. Apesar de ter colaborado nas obras Rádio Macau: Livro Pirata e Contra Danças não há Argumentos, este dedicado ao Festival Andanças, As Lendas do Quarteto 1111 é o primeiro livro em nome individual.

sábado, 27 de outubro de 2007

Robert Wilson

Robert Wilson nasceu em 1957.
Licenciado pela Universidade de Oxford, trabalhou em navegação e publicidade em Londres e comércio em África. É autor de vários romances, entre eles O Último Acto em Lisboa – com o qual obteve o Gold Dagger Award para o melhor romance policial e A Companhia de Estranhos.
O Cego de Sevilha e As Mãos Desaparecidas são dois êxitos assinaláveis que definitivamente o consagram como um nome maior na cena literária contemporânea.
Assassinos Escondidos é a sua obra mais recente que A das Artes tem o prazer de apresentar no dia 10 de Novembro de 2007, pelas 16 horas, com a presença do Autor.

ASSASSINOS ESCONDIDOS, D. Quixote, 2007

Um thriller de Javier Falcón.
Enquanto o inspector Javier Falcón investiga um cadáver mutilado e sem rosto, horrendo, encontrado numa lixeira municipal, a encantadora cidade de Sevilha é abalada por uma explosão enorme, que tem efeitos devastadores num prédio de apartamentos e também num jardim-de-infância vizinho. Descobre-se, depois, que na cave do prédio existia uma mesquita, e claro que todos se sentem apavorados com a ideia de uma ameaça terrorista.O calor denso do Verão sevilhano está no seu auge. O terror invade a vida quotidiana, mas, numa cidade em alerta vermelho, Falcón percebe que nem tudo é o que parece. E, quando sabe que lhe falta muito pouco para resolver aquele caso, é confrontado com uma descoberta realmente assustadora.É que talvez não vá a tempo de evitar uma catástrofe gigante, que ultrapassa as fronteiras de Espanha.

AS MÃOS DESAPARECIDAS, D. Quixote, 2006

Mario Vega tem sete anos e a sua vida vai mudar para sempre.
Numa casa de um subúrbio rico de Sevilha, o pai jaz morto no chão da cozinha e a mãe foi sufocada na sua própria cama. Inicialmente parece ser um suicídio, mas o inspector-chefe Javier Falcón tem as suas dúvidas quando encontra um enigmático bilhete amarrotado na mão do morto. Sob o calor brutal do Verão, Falcón inicia a investigação à obscura vida de Rafael Vega e começa a receber ameaças da máfia russa que opera na cidade há algum tempo. A sua investigação aos vizinhos de Vega levam-no a um casal americano com um passado devastador e ao tormento de um actor famoso, cujo único filho se encontra na prisão por um crime terrível.
Seguem-se mais dois suicídios – um deles o de um polícia graduado – e um incêndio florestal que alastra pelas colinas de Sevilha.
Falcón tem agora de desvendar a verdade, revelando que está tudo ligado e que há mais um segredo na vida sinistra de Rafael Vega.

O CEGO DE SEVILHA, D. Quixote, 2005

É semana santa em Sevilha. Um empresário de renome é encontrado atado, amordaçado e morto em frente da sua televisão. As feridas auto-infligidas deixam perceber a luta que travou para evitar o horror das imagens que foi forçado a ver. Quando confrontado com esta macabra cena, o habitualmente desapaixonado detective de homicídios Javier Falcón sente um medo inexplicável.Cheio de história, tensão e intriga, “O Cego de Sevilha” é um romance intenso que prenderá o leitor até à última página. Um dos mais evocativos, absorventes e inteligentes thrillers psicológicos de sempre.

A COMPANHIA DE ESTRANHOS, Gradiva, 2001

Lisboa, 1944. No calor tórrido do Verão, as ruas da capital fervilham de espiões e informadores, enquanto os serviços secretos disputam em silêncio a última partida. Os alemães dominam a tecnologia dos foguetões e a pesquisa atómica. Os Aliados estão decididos a impedir que a ameaça da “arma secreta” venha a concretizar-se.
Andrea Aspinall, matemática e espia, entra nesse mundo sofisticado pela mão duma abastada família do Estoril. Karl Voss, adido militar da Legação Alemã, desgostoso pela sua implicação no assassinato dum Reichsminister e traumatizado por Estalinegrado, chegou aqui com a missão de salvar a Alemanha do aniquilamento.
Na tranquilidade mortal dum paraíso corrupto, Andrea e Voss encontram-se e tentam viver o seu o amor num mundo em que não se pode acreditar em ninguém. Depois duma noite de terrível violência Andrea fica na posse dum segredo que vai ligá-la para sempre ao mundo clandestino, desde o brutal regime fascista português à paranóia da guerra fria na Alemanha. E aí, numa Berlim gelada, descobre que os maiores segredos não estão nas mãos dos governos mas nas mais próximas de si, e é forçada a fazer a derradeira e dilacerante opção.
Um thriller consumado e apaixonado, atravessando a Europa desde os dias negros da II Guerra Mundial até ao colapso do Muro de Berlim, pelo autor que conquistou o prémio “Gold Dagger” com o seu livro Último Acto em Lisboa.

O ÚLTIMO ACTO EM LISBOA, Gradiva, 2000

Um banco português é fundado com capital de pilhagens nazis.
Mais de meio século depois uma adolescente é assassinada em Lisboa.
1941. Klaus Felsen, obrigado a deixar a sua fábrica de Berlim e a alistar-se nas SS, chega a uma Lisboa iluminada para a mais estranha festa da História, onde nazis e Aliados, refugiados e especuladores dançam ao compasso do oportunismo e do desespero. A missão de Felsen leva-o às desoladas serranias do Norte, onde está a ser travada uma luta traiçoeira e sem quartel por um elemento vital à blitzkrieg de Hitler. Aí encontra o homem que põe em movimento a roda de ambição e vingança que continuará a girar até ao fim do século.
Final dos anos 90, Lisboa. O inspector Zé Coelho, um inconformista no mundo fechado da Polícia Judiciária, investiga o assassinato duma adolescente com um inquietante passado sexual. Seguindo as pistas vai revolver o solo escuro da História e encontrar velhas ossadas. A revolução de 1974, ainda fresca na memória, não pôs fim a todas as injustiças do regime fascista.
Mas há uma injustiça maior e mais antiga da qual este crime é a atroz reparação, e no seu último esforço para desenterrar a verdade, Zé Coelho tem de enfrentar a mais frustrante das oposições.
Um policial literário, complexo e absolutamente arrebatador, por um dos nossos mais excitantes autores.

'Inteligente e inesperado'
Sunday Telegraph

'Uma escrita soberba'
Irish Times

'Um acto de classe'
Sunday Times

'Fascinante'
The Times

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Luís Saias

Luís Saias, nascido em Lisboa em 1957, é Doutorando em Gestão, área de marketing de serviços na Universidade do Minho, Mestre em Gestão (Universidade Nova de Lisboa/Wharton, Pensilvania), Licenciado em Gestão na Universidade Católica Portuguesa.

Docente na FCEE da UCP, desde 1979, onde desempenhou funções de regente de Marketing de Serviços, Instituições e Mercados Financeiros, Marketing Estratégico e Matemática Financeira, na licenciatura em Administração e Gestão de Empresas. Colabora desde 1993 na formação pós-graduada da UCP, onde é coordenador da área de marketing do Programa Geral de Gestão e regente de Marketing no MBA em Direito e Gestão.

Para além de diversos manuais, publicou os livros “Marketing de Serviços - Qualidade e Fidelização de Clientes” (1ª edição 2006)-Universidade Católica Editora, "Instrumentos Fundamentais de Gestão Financeira", (5ª edição 2006), em co-autoria, Universidade Católica Editora, 5ª ed. ”Marketing de Turismo” ed. Privada do Fundo de Turismo

A par da actividade académica desenvolveu uma carreira executiva centrada essencialmente em instituições financeiras. Como empreendedor detém posições e exerce funções em empresas em sectores como a consultoria, formação, agricultura, construção e, promoção imobiliária e turística.

MARKETING DE SERVIÇOS
Luís Saias, Universidade Católica Portuguesa, 2007
612 páginas

Em mercados cada vez mais competitivos e globais, as empresas evoluem, reposicionam-se e, para tal, valorizam o seu activo mais importante, os clientes, procurando soluções para a sua fidelização. É sobre estes temas que o presente livro pretende dar uma ampla visão, apresentando resumidamente as principais teorias existentes. Os temas são expostos de forma acessível e prática, adequada aos quadros das empresas e do Estado, e a todos os que têm interesse pelas áreas da estratégia, da qualidade e do Marketing.

O livro estrutura-se em duas partes. Na primeira, sobre o Marketing estratégico, são abordados temas como o estudo e segmentação de mercados, posicionamento estratégico e as estratégias de diferenciação e de baixo custo. Na segunda, sobre o Marketing operacional, desenvolve-se o tema da gestão da qualidade, do Marketing de Relação e do papel da gestão de recursos humanos no Marketing de Serviços, em particular na gestão da qualidade.

Repleto de exemplos portugueses, induzirá em muitos leitores o reconhecimento de situações familiares. Os "case studies" sobre empresas portuguesas, são um auxiliar de ensino para docentes de Marketing, Estratégia ou Marketing de Serviços. Constituem também uma leitura agradável de "casos" da nossa vida económica quotidiana.

Críticas de imprensa

“O tema é cada vez mais relevante no mundo empresarial, tendo Portugal um atraso apreciável e poucas publicações de qualidade nesta matéria. Alunos, mas também quadros profissionais cuja carreira esteja a evoluir para uma maior ênfase nos serviços, terão neste livro um instrumento útil para aumentarem os seus conhecimentos e competências.”

António CarrapatosoPresidente Conselho de AdministraçãoVodafone Portugal

“Um manual introdutório ao Marketing de Serviços que se lê com facilidade e interesse e constitui um auxiliar de estudo completo e valioso, recheado de exemplos reais retirados da prática de empresas líder dos sectores das telecomunicações e da banca em Portugal.”

António Castro HenriquesMembro do Conselho de AdministraçãoMillennium bcp

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Expedito Ribeiro

Expedito Ribeiro nasceu em Luanda (1961), Angola, tendo vivido em diversas regiões deste país.

Em Portugal viveu também em vários locais: Granja-Alijó (Alto-Douro), Coimbra (onde concluiu o Curso de Medicina em 1986), Porto, Braga, Lisboa, Friastelas (Ponte do Lima), Zambujeira do Mar, Vila Nova de Milfontes e na cidade de Santo André.

Publicou um livro de poesia: “O incêndio da chuva” (em edição do autor, 1985).

Recebeu uma Menção Honrosa de Poesia, atribuída pela Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos (1992).

Um conjunto de vinte fotografias suas, a preto e branco, foi objecto de um ensaio de cariz universitário, elaborado pela Prof.ª Cristina Álvares, intitulado “Bonecas” e publicado pela Editora “Angelus Novus”.

É autor das fotografias de dois livros sobre o Alentejo: “Breviário de Lonjuras – instantes de uma leitura lírica do Alentejo” (com textos poéticos de Martinho Marques) e “Alentejo… e outros poemas” ( de Orlando Fernandes).

Houve várias instituições que patrocinaram exposições, tendo algumas delas solicitado encomendas de trabalhos ao autor, sobre temáticas específicas, adquirindo as fotografias resultantes para o seu espólio ( Administração Regional de Saúde de Braga; Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental; Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva; Linha SOS – Telefone Amigo de Coimbra; Associação de Beneficiários do Mira; Câmara Municipal de Odemira, Câmara Municipal de Sines). Certos particulares tiveram comportamento semelhante.

Foi convidado para integrar o júri de um concurso de fotografia (“Odemira em Foto”, 1995).
Fotografias suas foram divulgadas em diversas revistas (Contacto: Revista da A.R.S. de Braga; Revista In vivo :Revista mensal de saúde ; Revista da Escola Profissional de Odemira; Revista Universo Bayer; Revista da Associação CAIS; Rodapé: Revista da Biblioteca Municipal de Beja; Revista “Preguiça”:Jornal “O Independente”; Revista SuperFoto Prática), tendo também uma imagem de sua autoria sido publicada na capa da Revista do Arquivo Distrital de Beja, assim como duas fotografias premiadas integraram a capa da “agenda 2006 diary 51%lomography”( editada pela Embaixada Lomográfica de Lisboa).

Entrevistas sobre o seu trabalho fotográfico foram publicadas em vários jornais: Notícias de Sines, Litoral Alentejano, Imenso Sul, O Profissional (jornal da Escola Profissional de Odemira), etc.

Imagens suas passaram em duas reportagens televisivas ( R.T.P.): uma durante uma exposição em Mourão, relacionada com a Aldeia da Luz (1995) e outra no Programa Pop Up (‘magazine de cultura urbana’), aquando do Projecto A.U.P.I. (Arte Urbana Para Intervenção, Lisboa 2005).
Efectuou os estudos fotográficos em Lisboa, no ar.co (centro de arte e comunicação visual).
Frequentou o “Workshop”: Análise e crítica de portfolios, promovido pela Kameraphoto (agência portuguesa de fotógrafos free-lancer), em Lisboa (Fevereiro de 2006).

Participou em cerca de 60 exposições fotográficas, a título individual, ou em projectos colectivos, quer em Portugal, quer no estrangeiro ( Bélgica, Itália, Grécia, Espanha e Inglaterra).
Trabalhos seus, no âmbito de concursos de fotografia lomográfica, foram recentemente premiados: um primeiro lugar na “LomoFeiraPopular”, o Prémio Lomo, no fim-de-semana lomográfico de Santiago do Cacém e uma menção honrosa na “LomoOeiras”.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

1989

Casa dos Crivos / Braga
Casa dos Crivos / Braga

1990

Universidade do Minho / Braga
Teatro Circo / Braga

1991

”Alfilux” / Braga

1992

”Alfilux” / Braga
Museu Nogueira da Silva / Braga
Paço dos Duques de Bragança / Guimarães

1993

Biblioteca Municipal / Esposende
Casa-Museu Bissaia-Barreto / Coimbra

1994

Cine-Teatro / Castro Verde

1995

Museu Etnográfico / Serpa
Padrão dos Descobrimentos / Lisboa
Biblioteca Municipal / Mourão

1996

Galeria Municipal / Moura
”Faceco” (S.Teotónio) / Odemira
”Turisart”, Nerbe / Beja

1997

Câmara Municipal / Odemira

1998

Galeria Municipal / Odemira

1999

“Sudoeste-Turismo e M.” / Odemira
Café Turco / Vila Nova de Milfontes
Clube Médico / Coimbra

2000

Biblioteca Mun.”José Saramago” / Odemira

2001

Biblioteca Mun.”José Saramago” / Beja
Galeria Municipal / Odemira
Biblioteca Mun.”José Saramago” / Odemira
Centro Cultural Emmérico Nunes / Sines
Galeria de Santa Clara / Coimbra
Instituto Português da Juventude / Setúbal
Villaggio Piaggio / Pontedera – Pisa ( Itália)

2002

Centro Cultural / Ioánina (Grécia)

2004

FotoGaleria ImagoLucis / Porto

2007

Livraria A das Artes / Sines

EXPOSIÇÕES COLECTIVAS

1990

“La Borschette” / Bruxelas (Bélgica)

1991

Casa dos Crivos / Braga

1992

Hotel Solverde / Espinho

1995

F.C.G. ( Congresso Nac. Medicina) / Lisboa
S.N.B.A. ( 70ºAniversário da S.P.A.) / Lisboa

1996

Hotel Almansor / Praia do Carvoeiro
Sociedade Portuguesa de Autores / Lisboa

2001

ar.co (centro de arte e comunicação visual) / Lisboa
Hospital Geral de S.tº António / Porto
Celeiro da Patriarcal / Vila Franca de Xira

2002

Galeria Municipal / Montijo

2003

Edifício da Associação Taipa / Odemira
C.C.B. ( Congresso Nac. Medicina) / Lisboa
Galeria da Sede da Ordem dos Médicos / Lisboa
Cafetaria Quadrante (C.C.B.) / Lisboa
Parque de Exposições (F.I.L.) / Lisboa
Galeria Casa d’Eros / Porto
Edifício da Patriarcal / Vila Franca de Xira
Pavilhão Municipal de Exposições / Moita

2004

Fabrica Features- Benetton (fachada ext.) / Lisboa
Fabrica Features- Benetton Galeria sup..) / Lisboa
Galeria Mouzinho de Albuquerque / Batalha
Átrio dos Paços do Concelho / Coimbra

2005

Embaixada Lomográfica / Lisboa
Centro da Juventude / Oeiras
Avenida das Descobertas ( M.U.P.I.) / Lisboa
Mercado Municipal / Santiago do Cacém
Teatro Taborda / Lisboa
Maus Hábitos / Porto

2006

Pavilhão industrial junto ao Jardim 9 de Abril / Lisboa

2007

LOMOGallery Madrid /Madrid (Espanha)
LOMOgraphy World Congress/ Londres (Inglaterra)2007_ Fábrica Braço de Prata / Lisboa

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Joaquim Mestre

Joaquim Mestre nasceu em Trindade, concelho de Beja. É licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e pós-graduado em Ciências Documentais. Vive no Alentejo, ermo a que alguns chamam a sua casa e onde as pessoas andam com o sol nas mãos e a lonjura no olhar. Vive num monte onde tem uma vinha e sonha um dia fazer um grande vinho. Gosta de ler e sonhar, de comer e beber, de amar e viajar. E de escrever, também. É autor do livro de contos O Livro do Esquecimento e do romance O Perfumista, editado pela Oficina do Livro em 2006. É director da Biblioteca Municipal de Beja. A Imperfeição do Amor é o seu segundo romance.


A Imperfeição do Amor, Oficina do Livro, 2007


Uma criança que adivinha o futuro e um homem que escreve cartas de amor cruzam-se num universo mágico de lendas e crenças.


A vila de Mazouco, na Galiza, nunca mais foi a mesma desde a noite em que uma estrela parou sobre a taberna de Xosé Regueiro e nasceu o seu filho, Quico Regueiro. Os acontecimentos que se seguiram, deixando todos maravilhados, vão construindo e ao mesmo tempo desvendando uma teia narrativa que evoca autores como Juan Rulfo ou Gabriel García Márquez. Uma criança prodigiosa capaz de adivinhar o futuro, a história de um pastor enganado pela mulher, uma artista de circo pouco dada aos pudores da vida ou um homem que escreve cartas de amor que enfeitiçavam as mulheres fundem-se numa história de grande riqueza onírica e uma linguagem poética envolvente. Depois de O Perfumista, editado também pela Oficina do Livro, A Imperfeição do Amor vem confirmar a originalidade da escrita de Joaquim Mestre na literatura portuguesa actual.
Veja AQUI a nossa leitura da obra.


O Perfumista, Oficina do Livro, 2006


Um livro que se recorda como o perfume de quem se amou. Uma viagem perturbante ao Alentejo do início do século XX. Um homem apaixona-se por uma mulher. Não pelos seus olhos, não pelos seus cabelos, mas pelo seu cheiro. É o perfumista de Almorim. Quando na Europa deflagra a Iª Guerra Mundial, o homem integra o Corpo Expedicionário Português que vai combater na Flandres. Algum tempo depois chega a notícia de que morreu na Batalha de La Lys. No entanto, um dia o barco da carreira que sobe o Guadiana traz um homem que diz ser o perfumista. A febre pneumónica tinha feito muitas vítimas: a mulher, os amigos, muitas pessoas da vila haviam morrido. Não fala com ninguém, fecha-se em casa a criar perfumes, cujos aromas enlouquecem as mulheres e os homens, alterando a vida de Almorim. Entre odores de mirra e de jasmim, de açafrão e de rosmaninho, entre profetas e malteses, visionários e contadores de histórias, O Perfumista é um romance que nos traz imediatamente à memória os ambientes oníricos e as personagens de assombro que encontramos em escritores como Gabriel Garcia Márquez ou José Luís Peixoto, e que perdurarão, certamente, na memória do leitor.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Manuela Baptista



Manuela Baptista nasceu em Alcanena no coração do Ribatejo em 1944. Desde muito cedo mostrou a sua tendência para as letras e assim que aprendeu a ler começou a declamar poemas, ainda na instrução primária.
Escrever foi um pouco mais tarde, na sua adolescência. Publicou a primeira quadra num concurso onde ganhou o primeiro prémio na modalidade, em 1962, numa revista que havia na época "Selecções Femininas".
Em 1990 participou pela primeira vez em duas Antologias: Das “Edições Orpheu” e da “Associação Portuguesa de Poetas”.
Foi classificada com duas Menções Honrosas nos Jogos Florais da Escola Prof. Delfim Santos, nas modalidades de quadra e poema livre.
Perante a insistência de familiares e amigos, ainda nesse ano publicou o seu primeiro livro de Poemas “Nas Asas de um Sonho”.
Desde os anos 70 que colabora regularmente na Agenda Doméstica da “Porto Editora” com a sua poesia.
Tem um poema incluído no CD de Filipe Zau “Luanda, Lua, Mulher.”
É membro da Associação Portuguesa de Poetas (A.P.P.) e da Sociedade Portuguesa de Autores (S.P.A.).
Publicou o segundo livro de poemas “Entre o Sonho e o Real” em 1996.
Colaborou em vários jornais e revistas tais como:
Jornal O Loureiro
Jornal dos Poetas e Trovadores
Jornal de Santo Tirso
Jornal A Barca
Notícias de Gouveia
O Comércio de Gaia
A Nossa Terra Natal
Gazeta do Tejo
Revista “Mágica”

Mais recentemente participou em duas Antologias Lusófonas, “Elos da Poesia” e “Dois Povos Um Destino”.
Tem organizado e participado em vários eventos, em bares, teatros, lares escolas, bibliotecas, entre outros.
Já levou a sua poesia a bairros degradados onde foi sempre muito bem acolhida.
Actualmente está a organizar uma tertúlia mensal em Abrantes, a pedido de poetas da região.
Tem sido frequentemente convidada para participar em programas de Rádio tais como na Rádio Tágide e Rádio Antena Livre.
A Manuela Baptista deseja acima de tudo divulgar a poesia, em especial a dos muitos poetas desconhecidos do grande público.
Para que conste, tem um grande sonho que gostaria que lhe realizassem:
O de ter no seu velório, quando deixar este mundo, uma grande tertúlia de POESIA.
Pois se “Todo o poeta é um pouco louco” a Manuela quer viver a sua loucura e morrer feliz.


(in "Da minha Janela")
Ruy de Carvalho lê poema de Manuela Baptista na cerimónia em que a poetisa foi homenageada pela Junta de Freguesia de S. Domingos de Benfica.

domingo, 24 de junho de 2007

Horta da Silva

Licenciado em Geologia pela Universidade de Coimbra e pós-graduado em Engenharia Civil (Mecânica dos Solos) pelo Imperial College of Science and Technology (Universidade de Londres), Horta da Silva dedicou-se ao estudo das argilas.
Nomeado investigador, trabalhou em várias instituições, designadamente: The Macaulay Institute for Soil Research, Laboratório de Engenharia de Angola, Gabinete da Área de Sines e Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial.
Leccionou no Mestrado de Geologia Económica e Aplicada da Universidade Clássica de Lisboa e na Licenciatura de Química Industrial (Cerâmica) e Mestrado de Mecânica dos Solos da Universidade de Coimbra.
O seu currículo inclui uma vasta lista de publicações de carácter científico e tecnológico, editadas em revistas da especialidade e em actas de congressos, de conferências e de simpósios nacionais e internacionais.
Após a sua aposentação dedicou-se à literatura de ficção, procurando trazer um pouco de ciência e de engenharia para o campo das artes e das letras.

Obras literárias do Autor:

Mara Hassine ou o Silêncio de Alfredo, Minerva Coimbra

Um colar de estórias que narra a vida de Sines antes, durante e depois de construído o empreendimento industrial concebido no tempo de Marcello Caetano, na perspectiva das populações autóctones.

O Ambientalista, a Esfinge Egípcia e a Face Oculta da Verdade,
Minerva Coimbra, 2003

Um romance que trata, não só da complexidade do combate à poluição motivada por resíduos industriais tóxicos, mas também da complexidade relacional inerente à respectiva envolvente humana.

A Última Ponte,
Edição de Autor, 2006

Arnaldo (1º narrador), um investigador aposentado perdido entre os destroços de uma família desunida, refugia-se na casa dos avós para escrever as memórias.
Inês (2º narrador), neta de Arnaldo e estudante de um curso de “História da Arte”, vê-se enquadrada num projecto sobre pintura flamenga que a conduz a um estranho tríptico do séc. XVI, supostamente ligado à vida de Damião de Goês que morreu, em condições misteriosas, após ter sido condenado a prisão perpétua pela Inquisição.
As vidas de Arnaldo e de Inês, até então apartadas, juntam-se numa empolgante pesquisa na senda do painel central do tríptico, facto que os leva à Holanda, onde surgem acontecimentos inesperados que adensam o enigma da história.
Francisco, um antiquário primo de Arnaldo; Noronha, um engenheiro apaixonado pela construção de uma ponte; Helena, Margarida e Pedro, mulher e filhos de Arnaldo; Ingrid, uma holandesa de uma firma de arte, Frederich, um inspector da Interpol; Ricardo, um escultor em início de actividade e Guilherme, um professor novato, fazem parte do leque de personagens que sulcam as vidas dos narradores até qie Inês, ao desvendar a verdade, acaba por se transformar no elo da unificação familiar.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Peste e Sida

Os Peste & Sida iniciam a sua carreira em 1986. Os membros fundadores são João Pedro Almendra (voz), João San Payo (baixo, voz), luís Varatojo (guitarra, voz) e Fernando Raposo (bateria). A este quarteto veio posteriormente juntar-se Orlando Cohen (guitarra) e em 1987 a banda participa no 4º Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous.
Entretanto surge o primeiro contrato de gravação com a independente Transmédia e ainda no mesmo ano é editado o LP “Veneno”. A banda começa a dar muitos espectáculos e faz algumas primeiras partes dos Xutos & Pontapés entre outros. Em 1989 é editado o segundo álbum de originais dos Peste & Sida intitulado “Portem-se Bem” e o maxi-single “Reggaesida”, já sem Orlando Cohen. A banda prepara o seu terceiro álbum, que sai em Abril de 1990, com o título “Peste & Sida é Que é!” ao mesmo tempo que João Pedro Almendra abandona. Entra como segundo guitarrista (vindo dos Vómito) Nuno Rafael e Fernando Raposo abandona a bateria entrando para o seu lugar Marco Franco em 1991, ainda a tempo de participar nas gravações do quarto álbum do grupo intitulado “Eles Andam Aí” editado pela BMG em 1992. Sérgio Nascimento (bateria) vem substituir Marco Franco em 1993 e com esta nova formação os Peste & Sida tocam no Terreiro do Paço em Lisboa, nas comemorações do 25 de Abril e apresentam uma versão de Hully Gully, clássico do rhythm'n'blues que intitulam “Bule Bule” lançado em cd-single de edição limitada na festa comemorativa dos sete anos da banda. Em 1994 participam no disco e no concerto de homenagem a José Afonso “Os filhos da madrugada cantam José Afonso” com a sua versão de O Homem da Gaita.
Desde 1991, o grupo começara a ter uma actividade paralela sob o nome de Despe e Siga, interpretando versões em português de clássicos do rock. Durante algum tempo existiriam os Peste & Sida e os Despe e Siga. Em 1995 João San Payo entra em ruptura com os restantes membros do grupo por ser o único a querer manter os Peste & Sida. Convicto de que a banda tinha futuro, João San Payo passou oito longos anos a tentar reunir músicos que garantissem a sua continuidade sem descaracterizar o projecto inicial.
Em Outubro de 2002, a Universal lança a compilação “A Verdadeira História dos Peste & Sida” e em 2003 concretiza-se a reactivação dos Peste & Sida com um espectáculo que esgota a lotação do Santiago Alquimista, em Lisboa. Em 2004 sai o quinto álbum dos Peste & Sida com o título “Tóxico”. Esta edição de autor, gravada nos estúdios Crossover, em Linda-a-Velha, contou com a nova formação da banda: João San Payo (voz e baixo), Orlando Cohen (guitarra), João Alves (guitarra, voz) e Marte Ciro (bateria e voz). Actualmente, a banda conta ainda com João Pedro Almendra, o primeiro vocalista dos Peste & Sida que tendo participado em vários concertos como convidado, entre 2004 e 2005 enquanto integrava paralelamente os Punk Sinatra , decide reintegrar definitivamente os Peste & Sida em Dezembro de 2005, enquanto Orlando Cohen abandona o barco.
Este quarteto comemorou os 20 anos de existência da banda enquanto decorria a tour de 2006 e compôs, gravou e editou o sexto álbum de originais dos Peste & Sida que acaba de chegar ao público em Maio de 2007 com o título “Cai no Real”.


Ouça um pouco AQUI.
Saiba AQUI mais sobre os Peste e Sida.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Margarida Paredes

Nasceu no Penedo da Saudade em Coimbra no dia 6 de Maio de 1953.
Em 1974 abandonou o curso universitário na Bélgica para lutar pela independência de Angola ao lado do MPLA, movimento ao qual aderiu em 1973.

Passou por Brazzaville e foi uma das primeiras militantes vindas do Congo a entrar em Luanda após o 25 de Abril de 1974.

Depois da independência abandona o exército angolano para trabalhar no Conselho Nacional de Cultura com o poeta António Jacinto onde desenvolveu projectos na área dos espectáculos e artes plásticas, trabalhando com “crianças-soldado” e órfãos de guerra.

Regressou a Portugal em 1981.

"O Tibete de África" é o seu primeiro romance. Veja AQUI a nossa leitura.

sábado, 5 de maio de 2007

Luís Falcão

Licenciado em Argumento pela Escola Superior de Teatro e Cinema, onde lecciona várias disciplinas relacionadas com a escrita cinematográfica.

Prepara a sua tese de doutoramento para a Universidade Compultense de Madrid.

"Pétalas negras ardem nos teus olhos" é o seu primeiro livro.

Luís Campos Brás

Luís Campos Brás nasceu em 1978.
Frequentou o curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema, uma pós-graduação em cinema documental na Escola Superior de Cinema e Audiovisuais da Catalunha e uma pós-graduação em escrita de argumentos, na Gulbenkian, em parceria com a London Film School.
Desde 2001 fez três filmes, tendo ganho três prémios e participado em diversos festivais.

Os Caminheiros, 2006, 15' foi apresentado n'A das Artes em 5 de Maio de 2007.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

João Tordo

João Tordo nasceu em Lisboa em 1975.
Formou-se em Filosofia e estudou Jornalismo e Escrita Criativa em Londres e em Nova Iorque.
Trabalha como jornalista, tradutor e guionista.
Colaborou em diversos jornais e revistas.
Foi vencedor do prémio Jovens Criadores em 2001.
Em 2004 publicou o seu primeiro romance, O Livro dos Homens Sem Luz, já publicado no Brasil.
Seguiu-se Hotel Memória que começa assim:


«Quando a conheci já ela trabalhava para um morto. Soube-o mais tarde, mas só passados três anos fui capaz de descobrir as linhas invisíveis com que tudo se encontrava ligado. Foram três anos, mas poderiam ter sido trinta, ou quarenta, ou cinquenta, de tal maneira a minha vida deixou de ser verdadeira; e, por isso, o que vou contar é, de certa maneira, uma história apócrifa e corroída pelo tempo, que começa como tantas outras histórias começam. Eu ainda era ingénuo, e vivia em Nova Iorque, e apaixonei-me demasiado depressa por Kim, uma estudante sentada numa carruagem do metropolitano em direcção à universidade. Poucos meses depois de a ter conhecido, fui o culpado do horrível acidente que a vitimou, e foi desse acidente que tudo o resto decorreu: o meu tempo de abandono, o hotel, o milionário russo, o homem desaparecido, a travessia do continente americano. É esta a única maneira que tenho de explicar o que aconteceu. Tudo o resto são desculpas, mentiras que servem apenas para justificar aquilo em que me tornei».

Veja AQUI a nossa leitura de Hotel Memória.

"As 3 vidas" é o seu mais recente romance.

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João Tordo vence Prémio Saramago!
João Tordo, editado pela Quidnovi, venceu o Prémio Literário José Saramago/Círculo de Leitores, com o maisrecdente romance "As 3 vidas", cuja acção se passa, em grande parte, numa quinta perto de Santiago do Cacém.
Os nossosparabéns ao escritor e amigo, bem como à equipa editorial, onde pontuam Maria do Rosário Pedreira e Ana Pereirinha.
Em seis edições do prémio, depois de José Luís Peixoto e Valter Hugo Mãe, João Tordo é o terceiroamigo d'A das Artes a sair cencedor!
Notícia do Jornal de Notícias on line:
"O escritor João Tordo venceu a sexta edição do Prémio Literário José Saramago com o romance "As Três Vidas", editado pela Quid Novi, anunciou hoje, sábado, em Penafiel, fonte da Fundação Círculo de Leitores.João Tordo nasceu em Lisboa em 1975 num ambiente artístico. É filho do cantor Fernando Tordo e de Isabel Branco, ligada ao cinema e mais tarde à moda.Formou-se em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa, tendo trabalhado algum tempo como jornalista freelancer (O Independente, Sábado, Jornal de Letras, ELLE e a revista Egoísta) antes de seguir para Londres para fazer um mestrado em Jornalismo. A paragem seguinte foi Nova Iorque, para fazer o curso de escrita criativa do City College. Foi nesta época que escreveu o livro "Os Homens sem Luz" (2004) Em 2007 publicou "Hotel Memória” e em 2008 escreveu, em parceria, o guião para a longa-metragem "Amália, a Voz do Povo". Foi vencedor, em 2001, do prémio Jovens Criadores. Instituído pela Fundação Círculo de Leitores com o apoio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas - Ministério da Cultura, o galardão celebra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura de 1998 ao escritor José Saramago. Com periodicidade bienal, o prémio tem um valor pecuniário de 25 mil euros e visa "promover a divulgação da cultura e do património literário em língua portuguesa, através do estímulo à criação e dedicação à escrita de jovens autores no domínio da ficção, romance ou novela em língua portuguesa, por escritores com idade até 35 anos". As edições anteriores do prémio contemplaram Paulo José Miranda (1999 - "Natureza Morta"), José Luís Peixoto (2001 - "Nenhum Olhar"), Adriana Lisboa (2003 - "Sinfonia em Branco"), Gonçalo M. Tavares (2005 - "Jerusalém") e Valter Hugo Mãe (2007 - "O remorso de Baltasar Serapião"). O prémio foi atribuído por um júri presidido por Guilhermina Gomes (em representação da Fundação Círculo de Leitores) e composto por Ana Paula Tavares, Nélida Piñon, Pilar del Rio e Vasco Graça Moura."

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Ondjaki

ONDJAKI

Ondjaki nasceu em Luanda em 1977.

Cresceu em Luanda, onde fez os estudos até ao 10º ano. Desde então reside em Lisboa, onde tirou o curso superior de Sociologia.

Em Luanda, como diz Ondjaki, brincou “de cuecas na rua”, e sempre frequentou escolas públicas, onde o seu leque de amizades e companheirismos se revestiu das mais variadas pessoas, provenientes dos mais variados extractos sociais.

Começa a ler relativamente cedo, e passeia-se durante algum tempo pelos nomes secos de Graciliano Ramos, Sartre, Ionesco, vindo mais tarde a encontrar os latino americanos, como Vargas Llosa ou García Márquez. Ainda em Luanda, interessa-se por actividades teatrais, mas não chega a participar em nenhuma peça. Faz um curso de mímica pouco antes de vir para Portugal, e vai, aos poucos, aproximando-se do gosto pela interpretação teatral e a escrita.

Depois de estar dois anos num grupo de teatro amador, faz um curso livre de teatro e participa na peça «O futuro está nos ovos», curiosamente, um texto de Eugène Ionesco. Frequenta em Lisboa um curso de escrita criativa, que, segundo Ondjaki, “por ter encontrado um professor sério e comprometido com as magias da literatura”, foi um marco na produção dos seus textos. As idas constantes a Luanda alimentam o seu imaginário e as leituras efectuadas paralelamente fazem-no escrever.

Mais tarde ainda, descobre que “gosta de fazer experiências com o pastel”, e realiza em Luanda a sua primeira exposição individual de pintura (“Do Inevitável”). Alia às imagens textos poéticos seus ou de outros autores, “na necessidade de acompanhar as imagens de textos que as possam valorizar”. Vai compilando as suas estórias e reúne contos no que chamou de «Momentos de Aqui», livro que antes mesmo de ser publicado leva Ondjaki a S. Tomé, em 2000, para a final do prémio literário PALOP. Aí intensifica o contacto com o escritor e editor angolano Jacques Arlindo dos Santos, que o convida a participar na colecção Independência, preparada pela editora Chá de Caxinde. Em Janeiro de 2001 Ondjaki publica, nessa colecção, a obra «Bom dia Camaradas», com um linguajar repleto de expressões locais, e, como diz a escritora Ana Paula Tavares, “construído como um depoimento, este livro de Ondjaki assenta numa lógica narrativa de tessitura muito complexa.
A primeira pessoa serve-se das falas de todos e mais alguns para encontrar as suas coerências e consegue. Entre mil e uma palavras para morrer e ser morto os exercícios de crueldade que tão bem praticam as crianças.”
No ano de 2000, Ondjaki recebeu uma menção honrosa no prémio António Jacinto, com o livro de poesia «Actu Sanguíneu», e participado em antologias internacionais (Brasil, Uruguai), e na antologia «Angola – a festa e o luto». Actualmente, a par de continuar a escrever, Ondjaki colabora com o mensário angolano de cultura «O chá».
Escreve para cinema e co-realizouo documentário sobre a cidade de Luanda « Oxalá Cresçam Pitangas - Histórias de Luanda »
Em 2008 é-lhe atribuído o Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, da Associação Portuguesa de Escritores, pelo livro "Os da Minha Rua".

OBRA PUBLICADA

- Participação na antologia poética “Agua en el tercer milenio” (Edições Pilar e Bianchi Editores, 2000)
- Participação na antologia “Letras de Babel” com o texto «A Freira» (Edições Pilar e Bianchi Editores, 2000)
- Publicação da obra de poesia “Actu Sanguíneu” (menção honrosa no prémio António Jacinto, INIC, 2000)
- Publicação do texto «As respectivas cartas» na colectânea “Angola – a festa e o luto” (Edições Vega, 2000)
- Publicação da obra “Bom dia Camaradas” (Edições Chá de Caxinde, 2000) Luanda
- Participação na colectânea “Jovens Criadores 2000“, com «Cinco estórias» (Ed. Íman, 2001)

As obras de Ondjaki encontram-se traduzidas em francês, espanhol, italiano, alemão, inglês e chinês.


Momentos de Aqui (contos)
Junho 2001, 10,50€

Esta dependência da fabulação mergulha sempre na infância. Esse desejo de escrever não na página mas na própria voz - isso é vício que se retorceu em pequeno. E se reforçou num mundo cheio de oralidade. Felizmente, Ondjaki não se lavou dessa doença. Porque o que ele faz não é o simples deitar de uma história na página do livro. Mais do que isso: ele cria uma história para a nossa própria vida. Essa nossa vida que é a única e miraculosa fonte de acontecência. Se existe viagem é esta: percorrer as diferente fabulações de nós mesmos, contar essa maravilhações aos outros. E confessar, sem vergonha pública: olhe, eu estou sendo este. Mas já fui uns que morreram. Quem sabe serei quem, depois deste mim.

O Assobiador (novela)
Abril 2002, 8,40€

A infinitude do alcance daquele assobio resultava, certamente, de um também enorme conhecimento metafísico da arte de assobiar, que mexesse não só com o ouvido das pessoas, mas alcançasse, de modo incisivo, a profundidade das suas almas, o recôndito canto onde cada um escondia as suas coisas - essa assustadora gruta a que muitos chamam âmago do ser. As pessoas boquiabertavam-se, incapazes dos mínimos movimentos, comentários, vivências conscientes. Num tom menos exaltado mas com a mesma capacidade hipnotizante, cada um naquela praça sentiu uma mão invisível e assobiada entrar-lhe pela boca adentro, arranhando a garganta da alma, revolvendo as mais delicadas vísceras do passado. Em verdade, era um momento quase bruto, delicadamente bruto.

Há Prendisajens com o Xão (poesia)
Outubro 2002, 10,50€

Poema Chão palavras para Manuel de Barrosapetece-me des-ser-me;reatribuir-me a átomo.cuspir castanhos grãosmas gargantadentro;isto seja: engolir-me para mimpoucochinho a cada vez.um por mais um: areios.assim esculpir-me a barroe re-ser chão. muito chão.apetece-me chãonhe-ser-me.


Bom dia, Camaradas (romance)
2003, 8,40€

Infância é um antigamente que sempre volta.Este livro é muito isso: busca e exposição dos momentos, dos cheiros e das pessoas que fazem parte do meu antigamente, numa época em que angola e os luandenses formavam um universo diferente, peculiar. Tudo isto contado pela voz da criança que fui; tudo isto embebido na ambiência dos anos 80: o monopartidarismo, os cartões de abastecimento, os professores cubanos, o hino cantado de manhã e a nossa cidade de luanda com a capacidade de transformar mujimbos em factos. Todas estas coisas, mais o camarada antónio...Esta estória ficcionada, sendo também parte da minha história, devolveu-me memórias carinhosas. Permitiu-me fixar, em livro, um mundo que é já passado. Um mundo que me aconteceu e que, hoje, é um sonho saboroso de lembrar.

Veja AQUI entrevista de Ondjaki a uma televisão brasileira sobre "Bom dia, Camaradas".

Ynari. A Menina das Cinco Tranças (infanto-juvenil)
Ilustrações de Danuta Wojciechowska
Outubro 2004, 10,50€

Ynari é uma menina com cinco tranças e muita vontade de conhecer outras aldeias.Perto do rio, Ynari encontra um homem pequenino e descobre que a guerra também faz parte do mundo. Com a ajuda das suas cinco tranças, a menina vai mostrar que as crianças, com magia e ternura, podem mudar todas as aldeias e acabar com todas as guerras.Numa viagem de sensibilidade e sabedoria, com estrelas e cores, é possível inventar ou destruir palavras. Brincando com os sentidos da vida e da paz, Ynari redescobre uma palavra antiga cheia de uma magia nova: «amizade».

Quantas Madrugadas Tem a Noite (romance)
Maio 2004, 9,45€

Quantas Madrugadas Tem a Noite está destinado a ser um marco na literatura angolana e na literatura de língua portuguesa em geral. Com uma extraordinária mestria narrativa, Ondjaki conta aqui uma história em que não se sabe o que admirar mais, se a fulgurante imaginação do autor, se a sua capacidade para a criação de tipos e situações carregados de significado, se a sua capacidade para elevar a linguagem coloquial a um altíssimo nível literário. O humor, a farsa, o lirismo, a tragédia, o horror, todos estes sentimentos são aqui convocados e expostos, com a fluência de quem conta, simplesmente, uma história, na Luanda dos dias de hoje. Assim:«Num tenho dinheiro, num vale a pena te baldar. Mas, epá, vamos só desequilibrar umas birras; sentas aí, nas calmas, eu te pago em estória, isso mesmo, uma pura estória daquelas com peso de antigamente, nada de invencionices de baixa categoria, estorietas, coisas dos artistas: pura verdade, só acontecimentos factuais mesmo. A vida não é um carnaval? Vou te mostrar alguns dançarinos, damos e damas, diabo e Deus, a maka da existência.Transformo só o material pra lhe dar forma, utilidade. O artista molha as mãos pra trabalhar o destino do barro? Eu molho o coração no álcool pra fazer castelo das areias em cima das estórias...Uma noite, quantas madrugadas tem?»

E se Amanhã o Medo (contos)
Maio 2005, 6,30€
Prémio Literário Sagrada Esperança 2004
Prémio Literário António Palouro 2004

Quando retornou das abstinências do hipnotismo, encontrava-se já à mesa, tonta mas com uma sensação de aconchego no peito. Era, no fundo, o que trazia todas as pessoas àquele local: a magia de renovar o órgão primeiro, o bombeador de sensações, a casa mais íntima de um ser humano. — Não fale. Poupe as forças — disse o velho. Quando, no fim da refeição, voltou a fazer um chá, começou:— Leve isto consigo — entregou-lhe um pequeno aglomerado de folhas, escrito à mão num cuidadoso latim. — Vai servir-lhe para ser feliz! — E o que é? — a mulher, sensível, curiosa. — Todos os meus apontamentos sobre a sensibilidade dos porcos. O que é dizer: você é a primeira pessoa a levar um coração com o respectivo manual de felicidade.
Os da minha rua (estórias)
Março, 2007, 8,00€

"O teu livro dá conta de como crescem em segredo as crianças. É o milagre das flores do embondeiro: habitam o mundo em concha por breves momentos e vêem através da luz o milagre das pequenas coisas." Ana Paula Tavares

Excerto da obra:
"Há espaços que são sempre nossos. E quem os habita, habita também em nós. Falamos da nossa rua, desse lugar que nos acompanha pela vida. A rua como espaço de descoberta, alegria, tristeza e amizade. Os da Minha Rua tem nas suas páginas tudo isso. Como num filme, sempre me acontecia isso: eu olhava as coisas e imaginava uma música triste; depois quase conseguia ver os espaços vazios encherem-se de pessoas que fizeram parte da minha infância. De repente um jogo de futebol podia iniciar ali, a bola e tudo em câmara lenta, um dia eu vou a um médico porque eu devo ter esse problema de sempre imaginar as coisas em câmara lenta e ter vergonha de me dar uma vontade de lágrimas ali ao pé dos meus amigos. A escola enchia-se de crianças e até de professores, pessoas que tinham sido da minha segunda classe, da terceira... Quando alguém me tocava no ombro, as imagens todas desapareciam, o mundo ganhava cores reais, sons fortes e a poeira também."

ondjaki

AvóDezanove e o segredo do soviético
romance
Maio 2008, 12,90€
Veja AQUI a nossa leitura.